terça-feira, 28 de setembro de 2010

Colorido de preto

Hoje tenho tempo para escrever, mas não me apetece. Tenho 20 minutos...
Este estado de dormência psicológica que me tem afectado está a corroer o meu corpo de dentro para fora. Sinto o meu espírito a imobilizar de forma irritantemente sincronizada com o agitar crescente das minhas glândulas salivares. Isto provoca em mim os mais tenebres instintos. Preciso de me alimentar e já só tenho 14 minutos.
Não estou a falar de comida no seu estado literal, isso já não alimenta ninguém. Eu preciso de algo que envolva a minha corrente sanguínea para que seja possível reanimar as minhas células. Esta mórbida e, por sinal, fatal paralisia faz com que me reveja em momentos nunca lembrados, mas sempre presentes. Remeto a minha débil existência para pequenos quadros pintados abstractamente, como se eu apenas tivesse feito coisa nenhuma. Vácuo, vitreo, vago... sou o elemento neutro da adição. O meu ser é mais do que na realidade é. É muito menos do que poderia ser... mas é, inequivocamente, aquilo que eu me fiz.
0 minutos, fim do tempo... perdi.

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