terça-feira, 29 de junho de 2010

Dona Esperança e Companhia, Lda.

Não estava nada à espera disto! O dia parecia ser apenas mais um... embrulhado em pensamentos e obscuro como a minha mente. Mas afinal não...

Lâminas ponteagudas perfuram a minha pele... é como se fossem absorvidas por esta saudade que me consome. Atingem-me num momento perfeito em que sinto todos os meus poros a respirarem melhor. Ahh, já não respirava assim à meses... Sinto o meu sangue a escorrer através das feridas, mas à vista desarmada tenho a minha pele a brilhar ao sol. Não estou a perceber... dói tanto! Mas é tão bom!!!
O meu corpo entrou em êxtase profundo... É a dor mais forte, mais aguniante e mais maravilhosa que já senti. Quem me dera poder sentir isto todos os dias... Estou quase a paralisar, parece que corre veneno nas minhas veias, já não estou a conseguir disfarçar. Mas também não preciso de disfarçar, aliás não consgio disfarçar! Os nossos olhares já se cruzaram, por isso já sabes tudo o que estou a sentir... sempre assim foi.
Cada vez são mais as lâminas que me matam por fora e me animam por dentro... mas acho que vou passar para o outro lado da estrada. Afinal, não estou aqui a fazer nada!!


Quem diria que ia passar por ti hoje, nesta rua que já foi nossa... agora é do mendigo que a usa para passar a noite. É das crianças que vêm jogar ao esconde... É do vazio que de já não caber em mim, vai para lá... não para passar a noite, mas para passar o resto da vida.
Quem diria que ias provocar este terramoto de emoções em mim... Quem diria que eu ainda não te esqueci!
Acho que hoje venho dormir para esta rua, aparece...

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