terça-feira, 28 de setembro de 2010

Colorido de preto

Hoje tenho tempo para escrever, mas não me apetece. Tenho 20 minutos...
Este estado de dormência psicológica que me tem afectado está a corroer o meu corpo de dentro para fora. Sinto o meu espírito a imobilizar de forma irritantemente sincronizada com o agitar crescente das minhas glândulas salivares. Isto provoca em mim os mais tenebres instintos. Preciso de me alimentar e já só tenho 14 minutos.
Não estou a falar de comida no seu estado literal, isso já não alimenta ninguém. Eu preciso de algo que envolva a minha corrente sanguínea para que seja possível reanimar as minhas células. Esta mórbida e, por sinal, fatal paralisia faz com que me reveja em momentos nunca lembrados, mas sempre presentes. Remeto a minha débil existência para pequenos quadros pintados abstractamente, como se eu apenas tivesse feito coisa nenhuma. Vácuo, vitreo, vago... sou o elemento neutro da adição. O meu ser é mais do que na realidade é. É muito menos do que poderia ser... mas é, inequivocamente, aquilo que eu me fiz.
0 minutos, fim do tempo... perdi.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Esqueletismo

Teoricamente, o que nos guia, aquilo que determina as nossas acções é o nosso cérebro. A parte mental do nosso corpo é a responsável pelos nossos actos. Embora não consigamos controlar o pensamento, teoricamente controlamos aquilo que fazemos e dizemos. Mas isso é na teoria...
Na prática, quem manda é o nosso lado sentimental, normalmente representado simbólicamente pelo "coração". Isto é um dos jogos mais complicados do ser humano e onde só os melhores saem vencedores. Muitas vezes não conseguimos controlar os nossos próprios movimentos, já nem falo do ritmo cardíado! Refiro-me apenas à parte física exterior. O nosso coração leva-nos a ter atitudes que o nosso cérebro reprova, mas que podemos nós fazer? Quem manda não é a sensatez, é a estupidez! Uma estupidez fabulosa e quente por vezes e ignorante e emaranhada outras tantas... mas é isto que nos faz sentir vivos. Aquilo que temos que perceber é que nós não somos responsáveis por aquilo que sentimos por determinada pessoa, mas sem dúvida somos os responsáveis por aquilo que essa pessoa nos faz sentir.
A manipulação é algo que deve ser remetido apenas para a ciência de laboratório, não devendo intervir na ciência do amor. Se formos perspicazes o suficiente para encontrar um equilíbrio entre mente-coração, conseguimos evitar muitas situações negativas e arrasadoras para nós.
É ponto assente que ninguém consegue evitar certas mudanças do ritmo cardíaco ou até mesmo o fugir de um simples e fugaz sorriso. Portanto, devemos seguir sem medo na estrada do amor sem medo de onde ela nos possa levar... sem dúvida! Mas devemos ter como berma dessa estrada uma forte capacidade psicológica para conseguir superar certos derrapes que esse caminho pode provocar. Este é o ponto fundamental!
É certo que não controlamos, mas podemos e devemos saber direccionar o flamejo de determinadas intempéries. Porque sentir é estar vivo...

Eu não sei se estou vivo, mas sei que já estive. E recordo com melancolia esses momentos... olho para trás com saudade, mas ao mesmo tempo encho o peito de ar para enfrentar o futuro que apesar de tudo acredito que vá ser alegremente perturbador. É para isso que cá estou. Quero sentir aquilo que nunca senti, anseio experiências obscuras, fortes! Só assim me sentirei vivo.
Eu não sei se alguma coisa disto que acabo de vomitar tem lógica, mas é o que me apercebo das experiências que recolho à minha volta. Sinceramente, espero mudar de ideias... Quem me dera daqui a 2, 3 ou até mesmo 10 anos chegar aqui para apagar este texto por nada disto fazer sentido.
Eu não sei, mas era sinal que eu tinha sentido... no fundo, eu só quero evoluir. A monotonia incomoda-me e falta de dinâmica vivêncial assusta-me. Se eu nunca chegar a apagar esta mensagem, é porque morri intelectualmente com apenas 20 anos... se assim for, ao menos que descanse em paz neste meu lúgubre mundo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pretérito-mais-que-IMperfeito!

Sendo nós meras criaturas habitantes deste pequeno grande planeta, penso que deveriamos ir todos mais além. Não digo para sermos mais do que aquilo que achamos ser, pelo contrário, acho que está na hora de nos colocarmos no nosso sítio.
Somos racionais, temos a capacidade de pensar naquilo que fazemos... ou então não! A complexidade e genialidade(?) que a nossa massa cinzenta atingiu, levou-nos a atingir níveis nunca antes vistos na história do planeta Terra. Planeta esse que está cada vez mais em perigo, devido a esses elevados níveis de inteligência que nos catapultaram para uma realidade cada vez mais imperfeita.
No início, qualquer invenção era genial. A roupa, o fogo, a roda... o microondas! - Calma, não estou a dizer que tudo é negativo. De facto, algumas invenções trouxeram grandes vantagens, basta ver pelo facto de este texto poder ser lido em qualquer parte do mundo. Podendo qualquer pessoa, esteja onde estiver, ficar a conhecer a nossa magnífica triste sina - Agora, aqueles que já se deram conta da real situação e do não-futuro do planeta apelam para aquilo que eu chamo de "regressão da modernidade". Ou seja, é preciso recuar em alguns planos para que a vida na Terra não seja completamente comprometida. Agora eu pergunto: depois dos níveis de conforto e qualidade de vida atingidos até agora, será possível convencer uma humanidade inteira e cega pelo "eu quero, posso e mando" de que não podemos continuar assim?
Caríssimos, não é preciso ter a inteligência de Leslie Groves e Robert Oppenheimer (mentores das fantásticas armas nucleares) para responder a esta pergunta: NÃO! Nós chegamos a um ponto onde já não podemos voltar atrás... e caso só pensemos no "hoje", as próximas gerações serão as grandes vítimas disto. E isso levanta-me uma questão: Devo ficar feliz por já não estar aqui quando a decadência humana levar ao fim da vida terrena ou devo ficar triste por esse "2012" poder ser no tempo dos meus netos??
Bem, acho que está na hora! Não de mais e novas invenções, mas sim de duras e realistas reflexões. Palavras não mudam mentalidades, textos não mudarão o mundo. Mas pelo menos fico com a consciência de que dou a conhecer a triste realidade deste mísero local dum canto do universo...
A minha consciente ingenuidade leva-me a crer que ainda poderemos ir a tempo... hoje! Amanhã não sei...

domingo, 19 de setembro de 2010

4798 d.c.

Nasci no momento exacto para conseguir perceber o desfecho do mundo.

Disso não tenho dúvidas, caros leitores...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Tal-Vez

Talvez o tempo te tenha apagado, como uma borracha apaga um traço errado dum lápis... aqueles traços que embora sem sentido não conseguimos deixar de os fazer. Tu talvez nunca tenhas feito sentido. Ou então fizeste sentido demais! Agora já nem sei... mas também não quero saber.
Hoje acordo, abro os olhos e já não é o teu rosto que pinto no tecto do meu quarto. Isso deixa-me feliz... Mas se estou a escrever isto é porque me estou a lembrar de ti. Isso deixa-me triste... talvez o adjectivo "triste" não seja o mais adequado, visto que nem é muito bem disso que se trata, mas sem dúvida era o que encaixava melhor neste texto.
Continuando... já peguei numa folha limpa e afiei o lápis. Estou pronto para um novo desenho. Agora só preciso de inspiração...

Já sei!! Vou ver aquelas nossas fotos...

Grrrrrrr...!!! Talvez deva pegar novamente na folha suja... acho que ainda preciso de fazer uns rascunhos. Talvez...