terça-feira, 16 de novembro de 2010

A Lei

- A partir de agora faz o que eu mandar!
- Oh homem, tenha calma... o que é que você quer?


Num fim de tarde como tantos outros, um autocarro fazia o seu trajecto normal até ao seu destino. Pessoas entravam e saíam, cansadas de mais um dia de trabalho e embrulhadas nos seus pensamentos e problemas. Ouviam-se as vozes cruzadas em conversas paralelas ou simplesmente destinas à pessoa do lado de lá do telemóvel... ouvia-se o barulho do trânsito e até o barulho ensurdessedor do silêncio de algumas pessoas que seguiam com a cabeça encostada ao vidro da camioneta, olhando simplesmente para o vazio.
Nesse momento, enquanto o autocarro percorria uma longa recta, alguém se levanta. Um Homem, de aparente espírito limpo, barba escura e pele branca vai na direcção do motorista.

Chegado lá, tira uma pistola do seu bolso e diz:
- A partir de agora faz o que eu mandar!
O motorista, perplexo com a situação, responde com voz trémula:
- Oh homem, tenha calma... o que é que você quer?
O Homem, mantendo a calma e a educação diz:
- Vai sair do percurso normal deste autocarro. No próximo cruzamento, vira à esquerda. Obedeça por favor, pois não lhe quero fazer mal...

O pânico instala-se!
Temendo pela sua segurança e dos passageiros e sem saber o que se estava a passar, o motorista fez o que o sujeito ordenou.
Mulheres que viajavam com seus filhos estavam pálidas, sem voz... apenas os abraçavam enquando lhes diziam que tudo ia ficar bem.

Perante esta situação, o Homem volta a dar mais indicações:
- Vai seguir este caminho até lá ao fundo, depois vira novamente à esquerda e depois à direita - enquanto terminava de falar com o motorista, ia-se encostando a um dos bancos enquanto se colocava de frente para as pessoas, prosseguindo - Hoje o dia não me correu muito bem... e com vocês? Está tudo bem?

Ditas estas palavras, nem o barulho do motor se ouvia... toda a gente ficou em silêncio, sem conseguir sequer processar um pensamento. Ninguém lhe respondeu...

- Que se passa com voces? Ninguem fala? O sentido humano das pessoas está cada vez mais corrumpido, não percebo... - desabafava o Homem.
- É para onde agora? - pergunta o incrédulo motorista.
O Homem respondeu:
- No fundo desta rua, junto aquela casa branca, páre. Eu fico ali...
Olhando novamente nos olhos dos passageiros o Homem continua:
- Vimos neste autocarro cerca de 40 pessoas, cada uma para seu lado ou simplesmente falando de coisa nenhuma. Isto preocupa-me! As pessoas estão a perder o sentido da vida... ninguém aqui se lembra que está vivo, que tudo isto é uma dádiva. Façam-me um favor, troquem essas tristes feições por olhares inspirados e sorrisos verdadeiros. Cantem, sorriam e abraçem. Esse é o verdadeiro sentido da vida...
Olhem o que uma simples pistola vos fez... já repararam? Agora pensem... estamos a deixar os dias e anos passarem sem sabermos o que realmente importa e a qualquer momento podemos deparar-nos com o fim. Basta chegar um Homem maluco com uma pistola no bolso que tudo pode ter o seu termo... e digam-me, o que fizeram até agora??

Entretanto, o autocarro chega ao seu destino, o motorista pára e sem saber muito bem o que fazer, abre a porta principal. Tendo-se apercebido da chegada ao ponto indicado, o Homem pára de falar, junta todas as suas coisas, guarda a arma e antes de sair, despede-se das pessoas, uma por uma, dizendo:
- Peço desculpa por este incómodo, nunca foi minha intenção assustar-vos. Um resto de bom dia para todos e aproveitem as pessoas que têm à vossa espera quando chegarem a casa. Não há nada mais importante do que isso...

Dito isto, o Homem sorri... sorri para todos, num gesto simples, livre e com efeito calmante. Sorri, sai do autocarro, coloca a sua mochila às costas e desaparece... no virar de uma esquina.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Apontamentos

Do ser ao parecer
Da forma à reforma
Do estar ao ficar
Da falha à medalha
Do gostar ao amar
Da semente ao expoente
Do querer ao fazer
Da palma à alma
Do desejo ao gracejo
Da terra à guerra
Do ir ao partir
Da miséria à matéria
Do ganhar ao conquistar
Da relação à emoção
Do dever ao crescer


De tudo isto e mais uma imensidade...
Não vai uma grande distância...
mas uma forte personalidade.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pau!

A estabilidade mental atinge o seu ponto de excelência. A criatividade e inteligência estão no auge. O cérebro fala, os olhos riem e o espírito descansa... Enquanto as nossas vias respiratórias saboreiam o destrutivo poder do apaixonante, jogamos para o ar sentimentos que nem o vazio absorve. Não que não queira absorver, mas simplesmente não consegue. Não está ao alcance de qualquer um.
O mínimo detalhe assume a máxima importância para que a compreensão verbal e mental de cada um seja entendida de forma perfeita. A magnificência das palavras atinge por vezes níveis irreais. A conjução verbal é feita de forma inteligentemente aleatória... genial, diria eu!
Tudo é entendido pelos de dentro e visto com desconfiança pelos demais. Este ceio é incompreendido e passando despercebido, nunca é esquecido por aqueles que já tiveram a felicidade de contracenar com estas personagens da vida real.
Simples seres, complexas mentes, surrealistas pensamentos. É assim, desta forma, que me apresento a mim e aos meus. É assim, sem forma, que pretendo continuar a viver... para mais tarde poder começar a pensar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Auto

Sorri quando todos estiverem a chorar, pois a alegria é contagiante. (O Recicla)

domingo, 17 de outubro de 2010

Floresta

Escuro.
Vento, folhas, sem muro.
Andante, viajante,
não simples caminhante.

Árvores, bichos, espíritos.
Gritos.
Prisioneiros de alguém,
ele é deles refém.

Medo.
Procura, mata
e descarta...
sem segredo.

Ponte, água da verdade.
Cheiro de serpente.
Ansiedade.
Sozinho, alma doente.

No cimo, no meio,
dentro do alheio.
Relva, som abalador
Dor.

Deita-se no leito,
deste ar rarefeito
Frio vento norte...
Morte.

sábado, 2 de outubro de 2010

Homem de Plástico

Sou liso e transparente. Não gosto de pontas afiadas, aprecio água e quero ser eternamente leve. Quero brilhar ao pôr-do-sol e descansar bem embrulhado. No fundo busco a serenidade, densidade e maleabilidade ideal para conseguir resistir às mudanças bruscas do estado físico. Não deixo ninguém respirar. Sou dependente de terceiros e gosto! Dói, mas só assim consigo atingir a plenitude das minhas capacidades interiores. É complicado viver desta maneira, mas é apaixonante sobrevirer assim.
Repudio o quente... destrói-me. Deixa-me marcas visíveis dolorosas, que nada são comparativamente às invisíveis. Prefiro aquecer-me num olhar, para poder também aquecer e imortalizar algo que nenhuma distância conseguirá destruir.
Gosto agora, aqui e seja onde for. Gosto perto, longe ou mesmo no impossível de alcançar. Consciente, inconscientemente, racional ou loucamente... isso são pormenores. Gosto! Ao som de uma qualquer balada, que deixará de se ouvir assim que tudo passar... o nosso bater de coração irá calar tudo e todos. Basta que chegue o dia de te voltar a ouvir respirar ao meu ouvido.
Sou elemento inanimado que ganha vida com a vontade de viver. Sou plástico, não me orgulho disso, mas ninguém sente mais do que eu. Vou-me enroscar e proteger alguém, quem não sei, quando muito menos, mas vai ser para sempre. Não sei porque sou assim... é biological...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Colorido de preto

Hoje tenho tempo para escrever, mas não me apetece. Tenho 20 minutos...
Este estado de dormência psicológica que me tem afectado está a corroer o meu corpo de dentro para fora. Sinto o meu espírito a imobilizar de forma irritantemente sincronizada com o agitar crescente das minhas glândulas salivares. Isto provoca em mim os mais tenebres instintos. Preciso de me alimentar e já só tenho 14 minutos.
Não estou a falar de comida no seu estado literal, isso já não alimenta ninguém. Eu preciso de algo que envolva a minha corrente sanguínea para que seja possível reanimar as minhas células. Esta mórbida e, por sinal, fatal paralisia faz com que me reveja em momentos nunca lembrados, mas sempre presentes. Remeto a minha débil existência para pequenos quadros pintados abstractamente, como se eu apenas tivesse feito coisa nenhuma. Vácuo, vitreo, vago... sou o elemento neutro da adição. O meu ser é mais do que na realidade é. É muito menos do que poderia ser... mas é, inequivocamente, aquilo que eu me fiz.
0 minutos, fim do tempo... perdi.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Esqueletismo

Teoricamente, o que nos guia, aquilo que determina as nossas acções é o nosso cérebro. A parte mental do nosso corpo é a responsável pelos nossos actos. Embora não consigamos controlar o pensamento, teoricamente controlamos aquilo que fazemos e dizemos. Mas isso é na teoria...
Na prática, quem manda é o nosso lado sentimental, normalmente representado simbólicamente pelo "coração". Isto é um dos jogos mais complicados do ser humano e onde só os melhores saem vencedores. Muitas vezes não conseguimos controlar os nossos próprios movimentos, já nem falo do ritmo cardíado! Refiro-me apenas à parte física exterior. O nosso coração leva-nos a ter atitudes que o nosso cérebro reprova, mas que podemos nós fazer? Quem manda não é a sensatez, é a estupidez! Uma estupidez fabulosa e quente por vezes e ignorante e emaranhada outras tantas... mas é isto que nos faz sentir vivos. Aquilo que temos que perceber é que nós não somos responsáveis por aquilo que sentimos por determinada pessoa, mas sem dúvida somos os responsáveis por aquilo que essa pessoa nos faz sentir.
A manipulação é algo que deve ser remetido apenas para a ciência de laboratório, não devendo intervir na ciência do amor. Se formos perspicazes o suficiente para encontrar um equilíbrio entre mente-coração, conseguimos evitar muitas situações negativas e arrasadoras para nós.
É ponto assente que ninguém consegue evitar certas mudanças do ritmo cardíaco ou até mesmo o fugir de um simples e fugaz sorriso. Portanto, devemos seguir sem medo na estrada do amor sem medo de onde ela nos possa levar... sem dúvida! Mas devemos ter como berma dessa estrada uma forte capacidade psicológica para conseguir superar certos derrapes que esse caminho pode provocar. Este é o ponto fundamental!
É certo que não controlamos, mas podemos e devemos saber direccionar o flamejo de determinadas intempéries. Porque sentir é estar vivo...

Eu não sei se estou vivo, mas sei que já estive. E recordo com melancolia esses momentos... olho para trás com saudade, mas ao mesmo tempo encho o peito de ar para enfrentar o futuro que apesar de tudo acredito que vá ser alegremente perturbador. É para isso que cá estou. Quero sentir aquilo que nunca senti, anseio experiências obscuras, fortes! Só assim me sentirei vivo.
Eu não sei se alguma coisa disto que acabo de vomitar tem lógica, mas é o que me apercebo das experiências que recolho à minha volta. Sinceramente, espero mudar de ideias... Quem me dera daqui a 2, 3 ou até mesmo 10 anos chegar aqui para apagar este texto por nada disto fazer sentido.
Eu não sei, mas era sinal que eu tinha sentido... no fundo, eu só quero evoluir. A monotonia incomoda-me e falta de dinâmica vivêncial assusta-me. Se eu nunca chegar a apagar esta mensagem, é porque morri intelectualmente com apenas 20 anos... se assim for, ao menos que descanse em paz neste meu lúgubre mundo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pretérito-mais-que-IMperfeito!

Sendo nós meras criaturas habitantes deste pequeno grande planeta, penso que deveriamos ir todos mais além. Não digo para sermos mais do que aquilo que achamos ser, pelo contrário, acho que está na hora de nos colocarmos no nosso sítio.
Somos racionais, temos a capacidade de pensar naquilo que fazemos... ou então não! A complexidade e genialidade(?) que a nossa massa cinzenta atingiu, levou-nos a atingir níveis nunca antes vistos na história do planeta Terra. Planeta esse que está cada vez mais em perigo, devido a esses elevados níveis de inteligência que nos catapultaram para uma realidade cada vez mais imperfeita.
No início, qualquer invenção era genial. A roupa, o fogo, a roda... o microondas! - Calma, não estou a dizer que tudo é negativo. De facto, algumas invenções trouxeram grandes vantagens, basta ver pelo facto de este texto poder ser lido em qualquer parte do mundo. Podendo qualquer pessoa, esteja onde estiver, ficar a conhecer a nossa magnífica triste sina - Agora, aqueles que já se deram conta da real situação e do não-futuro do planeta apelam para aquilo que eu chamo de "regressão da modernidade". Ou seja, é preciso recuar em alguns planos para que a vida na Terra não seja completamente comprometida. Agora eu pergunto: depois dos níveis de conforto e qualidade de vida atingidos até agora, será possível convencer uma humanidade inteira e cega pelo "eu quero, posso e mando" de que não podemos continuar assim?
Caríssimos, não é preciso ter a inteligência de Leslie Groves e Robert Oppenheimer (mentores das fantásticas armas nucleares) para responder a esta pergunta: NÃO! Nós chegamos a um ponto onde já não podemos voltar atrás... e caso só pensemos no "hoje", as próximas gerações serão as grandes vítimas disto. E isso levanta-me uma questão: Devo ficar feliz por já não estar aqui quando a decadência humana levar ao fim da vida terrena ou devo ficar triste por esse "2012" poder ser no tempo dos meus netos??
Bem, acho que está na hora! Não de mais e novas invenções, mas sim de duras e realistas reflexões. Palavras não mudam mentalidades, textos não mudarão o mundo. Mas pelo menos fico com a consciência de que dou a conhecer a triste realidade deste mísero local dum canto do universo...
A minha consciente ingenuidade leva-me a crer que ainda poderemos ir a tempo... hoje! Amanhã não sei...

domingo, 19 de setembro de 2010

4798 d.c.

Nasci no momento exacto para conseguir perceber o desfecho do mundo.

Disso não tenho dúvidas, caros leitores...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Tal-Vez

Talvez o tempo te tenha apagado, como uma borracha apaga um traço errado dum lápis... aqueles traços que embora sem sentido não conseguimos deixar de os fazer. Tu talvez nunca tenhas feito sentido. Ou então fizeste sentido demais! Agora já nem sei... mas também não quero saber.
Hoje acordo, abro os olhos e já não é o teu rosto que pinto no tecto do meu quarto. Isso deixa-me feliz... Mas se estou a escrever isto é porque me estou a lembrar de ti. Isso deixa-me triste... talvez o adjectivo "triste" não seja o mais adequado, visto que nem é muito bem disso que se trata, mas sem dúvida era o que encaixava melhor neste texto.
Continuando... já peguei numa folha limpa e afiei o lápis. Estou pronto para um novo desenho. Agora só preciso de inspiração...

Já sei!! Vou ver aquelas nossas fotos...

Grrrrrrr...!!! Talvez deva pegar novamente na folha suja... acho que ainda preciso de fazer uns rascunhos. Talvez...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sina Lusitana

Quando eu acordar, o mundo estremecerá.
Enquanto assim continuar, a vida passará...
Sinto-te a aproximar, quase em mim a tocar,
ao som da brisa... embrulhados em cetim até tudo passar.

Como eu queria correr, galgar estrada
Desatar a fugir e esconder-me na almofada.
Tudo o que a humanidade dá não me satisfaz
eu posso dar mais, fazer para além do capaz...

Este quotidiano estúpido e medíocre, inundado de homens supérfulos
torna-se nas minhas costas um peso bruto, deixando-me sem escrúpulos.
Culpado, adjectivo cruel demais para o meu ser...
e convenhamos,
quem segue à minha frente não o faz por merecer.

A culpa não é minha,
lamento informar...
tudo o que eu tinha,
a Pátria fez o favor de me roubar!

Sou alma perdida, mas em frases encontradas.
Penso as palavras para que não sejam maltratadas.
Odeio no geral este local...
mas sem dúvida, amo Portugal!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

K é c'árde !

É para falar? Ok...

Uma frase?
Qualquer?

K , Anda... hoje é para sairmos. Tira os chinelos, hoje é para sentir o mundo... Há qualquer coisa que me diz que nós não caberemos na palavra nós. Acho que está na hora de inventar um vocabulário só nosso, a falta de genialidade industrial e moderna não merece pertencer ao léxico de conectores que nos ligarão para sempre. Recomendo um teletransporte para lado nenhum, no vazio... não quero cores, não quero sons não quero nada! Imagina o nada. Não... isso a mim parece-me o tudo... acho que me expressei mal, talvez o meu cérebro já não funcione mais. Anda... também não preciso que ele funcione, tu guias-me!

terça-feira, 20 de julho de 2010

De alguém advem o ninguém

Sou fútil, inútil, voláctil. Na minha vida tenho pedras, quedas, sequelas. Não gosto do tudo, sobretudo do agudo. Tenho ar diferente, demente e sedente de semente. Procuro o ópio do ódio, anseio o débil, frágil e fácil demónio. Quero conhecer, envolver, submeter... com calma, para a fama, mas nada para a alma. Não consigo sentir nem evoluir para o conseguir! Não adianta, a vida já não canta...
Vou embora, para fora sem demora. Já falei, vomitei e confissei mais do que queria, podia e devia.
Vou adormecer, morrer e em deus crer para poder desaparecer...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nó da gravata

O nível perfeito de relacionamento entre um homem e uma mulher é quando ambos estão juntos e se esquecem daquilo que são um para o outro.

Ou seja, a relação entre namorados/casados é considerada boa quando as duas pessoas estão juntas e se esquecem que são namorado e namorada ou marido e mulher. A relação perfeita consiste quando a nossa mente nos leva a ver a outra pessoa como uma amiga, como a nossa melhor amiga. É como na economa... um mercado para estar em equilíbrio depende de várias variáveis. Ter alguém tem que ser muito mais do que ter alguém passar passar o tempo.

E tenho dito.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Perspectiva

Escrever tem uma vantagem. A vida podia ser como a escrita. É que quando escrevemos, podemos ver se o texto ficou bem e caso haja algum erro, é só apagar e corrigir... se a vida fosse assim, era muito mais fácil. Mas convenhamos, nao tinha metade da piada!
Então se calhar a vida não deve ser como a escrita...

Escrever tem uma desvantagem. A vida podia ser como a escrita. É que quando escrevemos, estamos a pensar. Isso tira o naturalismo com que as coisas deviam surgir... se a vida fosse assim, toda a gente pensaria nos seus actos e palavras antes de de os fazer/dizer, portanto, à partida, seria melhor. Mas mais uma vez covenhamos, a vida não teria piada nenhuma!
Então se calhar a vida não deve ser como a escrita...

Escrever envolve sentimentos. Aqui sim... a vida devia ser mesmo(!) como a escrita. Pena que não seja...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

4x5x1

Não adianta estar com ideias pré-concebidas, abram as mentes. Tudo não passa duma questão de estratégia.
Joguem em 4x5x1, foi assim que o Mourinho ganhou a Champions deste ano, por isso resulta!
O guarda redes és tu: tens que tentar defender tudo, atira-te para o chão, sua a camisola, esforça-te e, principalmente, vai aos treinos!
Depois é importante teres uma boa defesa, para tal precisas de: como pilares da defesa usa o teu pai e tua mãe. Melhor do que ninguém eles sabem cortar todas as jogadas que possam ser perigosas para ti. Depois, como defesas laterais usa dum lado os teus amigos e do outro os teus familiares mais próximos (sem contar já com os teus pais). Eles vão saber defender bem a tua baliza e atacar quando for oportuno... tudo em teu favor.
Para o meio campo: é agora importante usar as tuas capacidades intelectuais, pois sem isso nunca terás uma boa equipa. Como médios defensivos usa a razão e a experiência, estas características vão tornar-te sólido e seguro. A médio ofensivo coloca a inteligência, ele fará com que ataques com disciplina e classe, para que não sejas apanhado desprevenido. Encostado às linhas coloca a tua destreza e coragem, elas vão dar-te força e qualidade para atacar e ao mesmo tempo vão ajudar a defender sempre que for necessário.
Na frente, ou seja, no ataque coloca a tua rebeldia. Ela fará com que corras atrás de todas as bolas, com que nunca desistas e certamente fará com que marques golos importantíssimos.
Isto é mais que uma táctica de futebol... é uma táctica para a vida. Com ela o Mourinho tornou-se numa lenda, com ela tu podes tornar-te em alguém.
Está na hora do jogo, boa sorte!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vida 0 - Existência 20

Hoje decidi caminhar... à muito tempo que já não saía para respirar um pouco. Sim, a verdade é que raramente consigo respirar... apenas sobrevivo, num acto sem sentido onde inspiro e expiro, mas sem qualquer significado... apenas para sobreviver. Mas hoje não, hoje apetece-me respirar... apetece-me viver!
Sigo rua abaixo... cá em cima sinto-me bem, sinto-me forte! Nada me assusta. Cá em cima eu estou bem... ouço aquilo que as pedras da calçada me têm para dizer, iluminadas pelo luar que me aquece a alma. À medida que vou desdenço, vou também regressando à realidade, à minha vida. Aquilo que lá em cima não me assustava, agora consome-me por dentro... estou com medo.
O tempo parece piorar, a chuva começa a cair acompanhada pelo assobio do vento. Num movimento despropositado, olho para o lado... junto do nada está um corpo estendido. Aproximo-me para ver melhor... parece já estar aqui à alguns dias, alguém morreu e ninguem deu conta disso. Será possível??

SOU EU!!! Como é possível?! Sou eu que estou ali estendido! Não, isto não pode estar a acontecer... eu morri? E ninguém deu conta disso??

A minha vida corre-me na cabeça como um filme... realmente, eu ainda não vivi! Tudo isto a que eu chamo vida, resume-se a... nada! Qe vergonha...
Sim, estou morto... Sem dúvida!
Acho que estou a cair em mim... nada até hoje fez sentido. O que tenho feito eu aqui neste mundo? Acho qe está na hora de lavar a alma e partir para conquistas. Quero-me orgulhar de mim próprio...
Mas... eu estou morto! Será que posso ressuscitar? Deixem-me tentar outra vez, por favor... eu prometo que agora aproveito para viver! Posso?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Dona Esperança e Companhia, Lda.

Não estava nada à espera disto! O dia parecia ser apenas mais um... embrulhado em pensamentos e obscuro como a minha mente. Mas afinal não...

Lâminas ponteagudas perfuram a minha pele... é como se fossem absorvidas por esta saudade que me consome. Atingem-me num momento perfeito em que sinto todos os meus poros a respirarem melhor. Ahh, já não respirava assim à meses... Sinto o meu sangue a escorrer através das feridas, mas à vista desarmada tenho a minha pele a brilhar ao sol. Não estou a perceber... dói tanto! Mas é tão bom!!!
O meu corpo entrou em êxtase profundo... É a dor mais forte, mais aguniante e mais maravilhosa que já senti. Quem me dera poder sentir isto todos os dias... Estou quase a paralisar, parece que corre veneno nas minhas veias, já não estou a conseguir disfarçar. Mas também não preciso de disfarçar, aliás não consgio disfarçar! Os nossos olhares já se cruzaram, por isso já sabes tudo o que estou a sentir... sempre assim foi.
Cada vez são mais as lâminas que me matam por fora e me animam por dentro... mas acho que vou passar para o outro lado da estrada. Afinal, não estou aqui a fazer nada!!


Quem diria que ia passar por ti hoje, nesta rua que já foi nossa... agora é do mendigo que a usa para passar a noite. É das crianças que vêm jogar ao esconde... É do vazio que de já não caber em mim, vai para lá... não para passar a noite, mas para passar o resto da vida.
Quem diria que ias provocar este terramoto de emoções em mim... Quem diria que eu ainda não te esqueci!
Acho que hoje venho dormir para esta rua, aparece...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pensa diferente

"Viva os loucos, os desajustados, os rebeldes, os desordeiros. Os peixes fora d'água. Os que vêem as coisas de modo diferente.

Eles não gostam de muitas regras e não respeitam o Status Quo.

Você pode elogiá-los, criticá~los, endeusá-los ou difamá-los... Só nao é possível ignora-los!

Pois eles provocam mudanças, obrigam a raça humana a evoluir.

Alguns podem vê-los como loucos, mas nós vemo-los como génios.

Porque aqueles que são loucos o suficiente para pensar que podem mudar o mundo são os que, de facto, o fazem!

Pensa diferente."

É disto que eu falo... é disto que precisamos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Linear

Existem dois tipos de pessoas. As que acham e as que têm a certeza.
Só acha quem tem dúvidas, quem é fraco. Quem sabe aquilo que quer, quem tem sempre as suas ideias bem claras, quem tem objectivos definidos, não acha... tem certezas!
Pelo menos é o que eu acho.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pintura

Não gosto de escrever... sempre tive mais jeito para pintar.
Primeiro, com um lápis, ao de leve, vou fazendo o esboço do meu texto. Terminado o esboço, passo a marcador todas as ideias que quero transmitir, para saber aquilo que tenho qe pintar. Depois é só colorir com palavras. A vermelho ficam os sentimentos, a preto ficam as lágrimas e a branco... bem, a branco fica o teu nome! Assim ninguem o vê, mas eu sei que está lá.
Lá no fundo nunca tive jeito para escrever, por isso... Não escrevo! Pinto emoções...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Tick Tick... Boom!

Está um lindo dia! Estou a caminhar... A minha alma está tão limpa como a água deste rio. Uma pequena brisa faz-se sentir... é como se fizesse os nossos corpos dançarem ao som do canto dos pássaros. Tudo funciona em plena harmonia. Há crianças a correrem, sente-se uma liberdade estranhamente feliz e inocente... O sol brilha, aquece-me o espírito e muda a cor da pele das pessoas como se de uma tranformação se tratasse. Está tudo perfeito! Eu continuo a caminhar... A cada passo que dou sinto-me cada vez mais inundado de paz. As pessoas que se estendem na relva libertam uma energia gigantesca. Eu quase que consigo ver essa energia, como se fossem raios brilhantes e calmos... Procuro um banco de jardim para me sentar, mas hoje, para além de amigos que se encontraram para soltar gargalhadas, para além das famílias e namorados, até a felicidade e o amor vieram passear... Este local paradisíaco está cheio! Não só de pessoas, mas principalmente de energia e sentimentos.
Está ali um banco! Mesmo virado para o rio... Vamos! (Não, eu não estou sozinho...)
Sento-me, olho o rio, o céu... olho a alegria que nos contagia a todos... Depois olho para ti! Tu que estás comigo neste lindo passeio... Os nossos olhares chocam! Vejo os teus olhos a brilhar enquanto me vês por dentro... consigo ver-me a mim próprio! Dámos as mãos, juntamos os lábios num momento mágico e...


Outra vez?!! Porquê?!? Não aguento mais!! Não me consigo controlar a mim próprio... porquê?! Isto já não faz sentido... parece uma doença... mas qual é a cura?? Bem, no fundo já estou habituado... que se lixe... vou-me é levantar porque daqui a nada tenho aulas. Já são 8h30?! Eihh, já estou atrasado!

terça-feira, 1 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Está quase.. ou talvez não!

Estou quase a chegar ao infinito. Desde que comecei esta caminhada, não mais parei. Estou perto do nada. Mas há coisas que têm mesmo de ser, não adianta parar nem voltar atrás. Não sei se conseguirei chegar ao fim, estou a ficar cansado. Mas não posso parar! Sempre que parei senti uma mão embrulhada em saudade e angustia a puxar-me para trás... a tentar levar-me para aqueles tempos onde eu era inocentemente feliz. Mas agora é tarde! Agora tenho que aguentar este peso e chegar ao fim, tenho que ir até ao infinito. Lá eu estarei bem, a partir daí eu poderei voltar a descansar, porque sei que vou olhar para trás e a única coisa que verei serão memórias. Memórias complexas, cheias de sentimentos, levemente pesadas, mas vazias de vida... sim, são memórias marcantes, mas são apenas isso mesmo... memórias!
Ontem tropecei. Pensei mesmo que não conseguiria levantar-me. Aquela mão temível e apetecível quase se aproveitava disso para me levar de novo ao ponto de partida. Mas eu não deixei... Eu lá no fundo talvez quisesse, mas não deixei! Levantei-me rápido, peguei na minha mochila de dúvidas e corri... corri, corri , corri. E agora estou cansado. Já não sei se conseguirei chegar ao fim... Será que vou falhar?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Enrolando palavras

Hoje decidi escrever... mas não sai nada!
Estou à horas a querer escrever, mas não consigo. As palavras não saem, não fluem... Não como nas outras vezes. Os meus dedos nao deslizam no teclado, estou preso! Sinto-me a desaparecer aos poucos, mas ninguém nota.
Consigo ver tudo! Vejo para além do corpo, para além das memórias vãs, das palavras... vejo para além do som. Mas que som ?! Está silêncio no meu quarto... como posso ver para além do nada? Nao posso, claro que nao posso!!
Sinto tudo! A respiração, as palpitações, o vazio e até um longinquo choro... Espera! Sou eu que estou a chorar... Mas porquê? Eu apenas queria escrever... será que já não sei o que faço? Que se está a passar?? Não, deve ser mentira. Só pode ser mentira! Estou a inventar, a contar algo irreal... É melhor ficar por aqui e não escrever nada hoje, já vi que não estou nos meus dias.
Devo estar a alucinar, é isso...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Loucos precisam-se!

A História da Humanidade tem conhecido muitos futuristas... Loucos, assim eram conhecidos pelos demais. Quem nao se lembra de personalidades como Albert Einstein? E este é apenas um entre tantos outros que de uma forma ou de outra foram capazes de rasgar os costumes impostos por uma sociedade cada vez mais desorientada e perdida...
Estou agora a lembrar-me do senhor Galileu Galilei, conhecem? Aquele homem que jurava a pés juntos que a terra era apenas um simples planeta e não o centro do universo. Louco! - chamavam-lhe na época - Pois bem, esse Homem foi ridicularizado na altura e pior, foi condenado pela Santa(?) Igreja.
Refiro-me a isto apenas para que acompanhem o meu raciocínio... No mundo actual, mergulhado em crises, escândalos e corrupções, temos no poder gente catedrática, mas que não consegue ou não quer mudar o rumo das coisas! Ora, isto leva-me a uma conclusão... se este tipo de gente não faz nada por nós... meus amigos, deem lugar aos Loucos! Esses Loucos que no fim acabam sempre por ter razao... Esses Loucos que contribuem mais para a Humanidade que um parlamento inteiro! Meus amigos, deem lugar aos Loucos... Loucos, ocupem os seus lugares... Eu estou convosco!